quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Encontro Marcado

"...Talk about our future
Like we had a clue..."

- Katy Perry




 

07:48 AM

 

Sameera ergueu a janela de seu quarto e, mais uma vez, como já estava acostumada a fazer todos os dias desde criança, mas não naquela casa, contemplou o céu. Observou calmamente as nuvens, que lentas e suavemente deslizavam sob o azul celeste, tentando encontrar formas conhecidas... Mas hoje não havia rostos, não havia animais nem nada que se assemelhasse a algo conhecido anteriormente; apenas formas engraçadas que a lembravam de algodão doce: uma delícia conhecida recentemente.

 

Através do céu localizou o sol e por ele se orientou no espaço. Estendeu o balúchi sobre o chão e orou. Agradeceu pelas maravilhas de antes e de agora; pelo sol, quando havia sol, e pela chuva, quando havia chuva; rogou para que as pessoas fizessem do mundo um lugar melhor para se viver e que sempre se pudesse olhar e guiar aqueles que precisam de cuidados e caminhos... E tendo meditado sobre tudo o que queria permaneceu em silêncio por incontáveis minutos...

 

Levantou-se suavemente e, como se saísse de um transe, seguiu firmemente até a cozinha. Pegou a chaleira. Abriu a torneira. Preencheu a chaleira com água. Fechou a torneira. Levou a chaleira até o fogão e o acendeu. Enquanto a chama dançava no fundo da chaleira, Sameera abriu a porta do armário procurando pelo chá preto aromatizado com jasmim. De posse da embalagem, olhou-a como se meditasse em qualquer coisa e optou por não tomar chá. Não... Hoje não é um dia para chás, pensou. Pegou o pote com café e depositou quatro colheres bem servidas dentro da água, que já começava a criar pequenas bolhas de ar nos cantos internos da chaleira. O aroma do café preencheu intensamente seus pensamentos. Delicioso...  - pensou - com ou sem cardamomo? Cardamomo era bom... - decidiu-se.

 

Enquanto o café era preparado, Sameera seguiu até o banheiro e ligou as torneiras da banheira. Sabia que a partir de agora teria uns dez minutos para arrumar suas coisas antes que a água chegasse no limite ideal. Antecipadamente colocou alguns sais e óleos de banho para que seus aromas pudessem se dissipar pelo ambiente junto ao vapor d'água. Foi ao quarto pegar o roupão e o colocou próximo à banheira. Olhou em volta como quem procura saber se não havia esquecido de nada...

 

- Aff! O café!

 

Correu até a chaleira antes que a água entrasse em ebulição. No ponto, pensou. Apagou a chama. Esperou que o café assentasse no fundo da chaleira, apanhou uma xícara no armário e nela despejou o café. O cheiro deslizou tranquilamente por todo o ambiente. Sameera caminhou tranquila, mas cautelosamente segurando a xícara quente com as duas mãos, como se transportasse algo muito valioso, até o banheiro. Colocou-a ao lado do roupão sobre um pequeno armário branco que ficava ao lado da banheira.

 

Fechou a torneira e graciosamente começou a se despir: peça após peça até que adentrasse na banheira. O calor da água a envolveu como um intenso abraço e inevitavelmente a imagem de Azzam viera a sua mente... Conhecera-o numa casa de chás que ficava a três quadras de onde morava anteriormente. Sozinha, como de costume, desde a perda dos pais em um atentado, tinha o hábito de tomar seu chá preferido na mesma casa de chás que seus pais a levaram durante quase toda a infância. E foi ali que conhecera aquele rapaz tão atrevidamente elegante e gentil, que lhe perguntara se poderia respeitosamente fazer-lhe companhia... E como recusar tamanha audácia e beleza, Sameera se questionou.

 

Inicialmente conversaram sobre o tempo seco, sobre o café com cardamomo que ele pedira, sobre o chá preto com jasmim que ela sempre tomava, sobre aquela cidade e suas pessoas (as boas e as más), até que quase dois meses depois, assim que o gelo verdadeiramente começara a derreter entre eles, foi que se arriscaram a falar sobre si mesmos.

 

Azzam lhe contara que dentre um ano partiria para a capital para concluir sua tese de História (Do Cavalo de Tróia às Cruzadas: A Herança Bélica da História em Tempos de Jihad), assunto que deixou Sameera tão admirada, que o espanto sentido por ela foi denunciado descaradamente pelos seus olhos. Ela também lhe contou que pretendia concluir os estudos na capital, mas que ainda demoraria um certo tempo, pois estava no terceiro ano da Universidade.

 

- E o que você estuda, se não se importa em dizer? - perguntou ele profundamente interessado.

 

- Sociologia... - Fez uma pausa como quem espera ouvir algo, e não o ouvindo prosseguiu: - Pretendo, um dia, me ingressar na ONU.

 

- Uau! - disse Azzam


- Pretensão demais?


- Não, nenhuma!

 

Daí em diante, enquanto ensaboava suas pernas, Sameera lembrou-se que a conversa fluíra entre eles como se já se conhecessem há anos. Azzam, que também tinha um passado familiar em comum ao dela, explicou-lhe sobre os comportamentos cíclicos das sociedades e seus aspectos econômicos; prenúncios de queda ou a ascensão de uma ou outra determinada cidade ou sociedade e de como isso se enquadrava no contexto atual...


E muito embora aquilo tudo fosse um pouco surreal para Sameera, ela estava aproveitando cada momento. Para ela era um pouco difícil absorver tudo aquilo que Azzam lhe dizia, não pelo assunto em si, mas porque sua mente não estava só nas idéias de Azzam, estava também na forma com que seus lábios se moviam para dizê-las; no gesticular de suas mãos quando queriam dar ênfases as palavras e na maneira com que ele olhava para Sameera. No fundo era como se ele falasse para dentro dela com todo o seu corpo e não somente para seus ouvidos...


Perdida nestes e em outros pensamentos, sem que se desse por si, suas mãos deslizaram, sorrateiras, até a virilha; e, quando encontraram o objeto de busca, inevitável foi não associar a ação ao personagem que permeava seus pensamentos. Vasculhou a mente e o corpo em busca de tudo aquilo que a fascinara em seus muitos encontros amigáveis, que ocorreram desde aquele inocente café: Azzam e sua paixão pelos estudos; Azzam e suas questões sobre as sociedades, que embora revelassem um certo grau de imparcialidade, eram expressas de forma extremamente apaixonante através das questões que ele levantava.


Sua maneira gentil e sedutora de excluir o mundo a sua volta e direcionar absoluta atenção aos olhos de Sameera fazia com que ela se sentisse toda especial a ponto de se ver como o único ser vivo merecedor daquela profunda atenção. E talvez realmente o fosse... Lembrou-se de seus olhos - pérolas negras que brilhavam como se possuíssem uma chama interna - esquentando-a enquanto seus delicados lábios moviam-se apaixonadamente, dominando o assunto proposto... e suas mãos, ah... suas intocadas mãos... tão intimamente tocando-a naquele instante... ali naquela banheira... Fazendo-a sentir o roçar suave de sua barba por fazer... e aquele cheiro tão característico de café com cardamomo que o lembrava de forma tão profunda...


Sameera repousou a nuca sobre o encosto da banheira e deixou que seu corpo padecesse por alguns instantes após o prazer experimentado. Respirava com profundidade, como quem encontra o descanso após experimentar a extrema exaustão... E realmente havia-a experimentado; afinal, pensou, que mal há em conhecer-se?


Ensaboando-se, desta vez por completo, fez questão que seus dedos percorressem todas as partes de seu corpo, como se fosse a primeira e a última vez que fizesse isso. Maravilhou-se consigo mesma; e, excitou-se novamente, mas desta vez se conteve. Ergueu-se e soltou o tampão da banheira; ligou o chuveiro para enxaguar do corpo qualquer resquício de espuma e em seguida desligou-o.


Pegou o roupão sobre o armarinho branco e dirigiu-se ao quarto. Lá, deixou que ele escorregasse pelo seu corpo em frente ao espelho grande do guarda-roupa e novamente se admirou ao se ver nua. Secando-se diante do espelho, passou a admirar seus seios, primeiro pelo espelho, depois diretamente para eles; e embora pequenos, perante a maior parte dos seios das mulheres daquela cidade, via os seus como uma afronta étnica, uma certa arrogância e impertinência por serem empinados e rijos... Absurdamente lembrou-se das leis de Newton e riu consigo mesma!


Virou-se de lado e, empinando-se nas pontas dos pés, acompanhou as curvas do próprio corpo numa admiração inefável: nenhuma estria, nenhuma celulite... Lembrou-se de Azzam e seus olhos negros e flamejantes... Se eles a pudessem ver naquele instante...


Apesar de não estar acostumada, pegou o batom carmim, comprado recentemente, e aplicou-o sobre os lábios. Puxou-os para dentro como se beijasse a si mesma e suavemente soltou-os e delicadamente removeu os excessos com um lenço seco.


Abriu todas as portas do guarda-roupa e contemplou o arsenal que possuía. Saia? Sarja? Leg? Não, leg não! Jeans? Jeans... Sim, era bem a ocasião. Colocou-o sobre a cama e virou-se para escolher a parte de cima. Por um instante notou que tinha tantas opções que diante de tanta variedade era fácil perceber que não se tem poder de escolha sem que se ocorra uma certa indecisão anterior. Cerrou os olhos e estendeu a mão. Deixou-a deslizar sobre os vários tecidos num movimento de ida e volta... Parou. Apanhou a peça e abriu os olhos: era uma regata lilás...


- Não! Regata não!


Optou por uma camiseta branca, peça que sempre casava bem com jeans... quase tão bem quanto café e cardamomo... Sorriu ao lembrar-se. Virou-se para a gaveta de trajes íntimos e, em seguida, contemplou-se mais uma vez através do espelho. Não! Sem artifícios hoje...


Vestiu a camiseta que a envolveu como um colante. Seus mamilos se enrijeceram e sobressaíram-se à forma da roupa. Apanhou a calça e a vestiu. Olhou-se novamente de lado e contemplou as nádegas: perfeitas!


Calçou o All Star que estava na soleira da cômoda ao lado da cama e abaixou-se sob ela para pegar o presente que Azzam lhe dera. Fechou as portas do guarda roupa e vestiu-o.


Verificou se não havia esquecido nada ligado na cozinha ou no banheiro... Não. Seguiu em direção à porta, apanhou a burca que estava pendurada no mancebo, ajeitou-a ao corpo; pegou a bolsa e saiu.


Antes que pegasse o ônibus parou para tomar o seu chá de costume, mas ao contrário de sempre, optou por um café expresso com cardamomo. Enquanto esperava que o garçom lhe trouxesse o pedido, não muito distante dali, chegava-lhe aos ouvidos o som do desfile militar. Embalada ao som da marcha e pelo hipnotizante repique de tarol, lembrara de alguma coisa dentre as muitas outras que Azzam lhe havia dito sobre o assunto:


- ... tudo isso é muita política disfarçada. Procuro enxergar as coisas de uma maneira mais simplificada, sem maquiagens: no fundo, no fundo, somos todos soldados lutando por causas alheias ou próprias... A diferença, e isto é importante, é saber distinguir que quando se luta pelos outros - entenda outros como a sociedade - eles, "o governo", treinam você, dão uniformes e armas a você e dizem: mate por nós e se você fizer isso direitinho como nós ensinamos e mandamos, nós lhe daremos dinheiro, medalhas e o chamaremos de herói! Ainda que você nunca volte para casa, ainda que volte e nunca mais seja a mesma pessoa...

 

- Senhora? - chamou o garçom. E como não houve resposta ele tornou a chamar, aumentando um pouquinho o tom de voz: - Senhora?! ... Seu expresso!


- Obrigada.


Sameera saboreou aquele café de gosto tão singular e aromático. Lembrou-se de seus pais... Pôs o dinheiro sob o pires e dirigiu-se para o ponto de ônibus. Aguardou poucos minutos até que o ônibus passasse. Quando o viu se aproximando, estendeu o braço, dando-lhe sinal para que o motorista parasse. Subiu com certa dificuldade os degraus do ônibus por causa da burca e, após pagar a passagem ao motorista, encaminhou-se para o fundo do ônibus, que estava mais vazio.


Passando pelos assentos evitou, como sempre, olhar diretamente nos olhos de seus ocupantes, na maioria pessoas de idades avançadas, alguns jovens acompanhados de seus próprios pais e uns dois ou três casais de namorados. Mas, mesmo assim, uma senhora de cabelos avermelhados mediu-a, de cima embaixo e vice-versa, deixando que seus olhos verdes abruptamente despencassem sobre os castanhos de Sameera. A mulher idosa bufou num gesto nítido de desprezo. Sameera pensou em querer dizer algo, mas ficou apenas na intenção. Sentou-se no último banco, próximo à janela do canto esquerdo do ônibus, e aguardou pacientemente enquanto o veículo a conduzia ao seu destino.


À medida que se aproximava da parada, o som do desfile ficava cada vez mais claro e seus sons preenchiam os pensamentos dela. Novamente sentia o compasso da marcha e o reverberar do som do tarol, que estremecia sua alma... Percebeu uma pequena vibração vinda de sua bolsa e nela buscou pelo celular. Havia uma mensagem:

 

[onde você está?]

 

Ela digitou e enviou.

 

[no ônibus, a caminho da parada.]


O celular vibrou novamente:

 

[Smalla'Alik].

 

Sameera sorriu, lembrando-se da maneira suave com que Azzam pronunciava aquela expressão sempre que seus encontros findavam. E, enquanto Sameera mexia no celular, o ônibus se aproximava da parada, velocidade diminuindo, ruas passaram a ter menos veículos e mais pessoas. Guardas de trânsitos sinalizavam desvios e novas rotas; calçadas repletas de pessoas indo em direção ao espetáculo.

 

Ela digitou outra mensagem no celular, colocou-o de lado e passou a retirar a burca. Um dos rapazes que estava acompanhado da namorada, percebendo a movimentação, que vinha da parte de trás do ônibus,  não se conteve, e, ao olhar, sentiu-se hipnotizado pelos traços físicos de Sammera enquanto ela se despia da burca. A namorada dele, atraída pelo movimento repentino da cabeça do namorado, também olhou para onde o namorado olhava. Sem prestar muita atenção naquela mulher atraente no fundo do ônibus, apanhou o queixo dele abruptamente e com a mão tentou virar a face novamente para a sua atenção.

 

- Desculpe-me... - disse Sameera olhando-a nos olhos.

 

- Não por isso! - retrucou a jovem, muito a contra gosto.

 

É... não por isso, pensou Sameera, ao se levantar e apanhar o celular. Acessou o botão que sinaliza a parada do ônibus no próximo ponto; e, ao passar por aquela senhora que a menosprezara anteriormente, olhou-a cegamente e disse:

 

- Se Allah pode perdoar a senhora, com certeza, Ele, em sua extrema sabedoria e misericórdia, também pode me conceder o perdão!

 

- Do que está falando, moça?!

 

Mas Sameera não estava mais em si para dar atenção a pergunta. Logo após apertar a tecla send, ouviu pela primeira vez o som do celular que Azzam havia posto do lado esquerdo do colete que lhe dera. E, antes que seu último pensamento se formasse - sendo este a lembrança de que esquecera a janela aberta -, sentiu-se, subitamente, pela segunda vez naquele dia, envolvida intensamente por uma onda de calor... Entretanto, desta vez, o calor fora tão extraordinário que não só a abraçara de forma definitiva, como também estendera seus braços ardentes a todos os vinte e oito ocupantes do ônibus e pouco mais de umas trinta pessoas que estavam próximas a ele na rua.

 

 

***

 

14:26 P.M.

 

Não muito distante de onde o atentado contra o desfile militar ocorrera, em cômodo simples de um bairro no subúrbio, após raspar a barba e os cabelos, Azzam Faris, cujo nome real nunca fora este, bem como a profissão real também nunca fora aquela, visualizou a mensagem que recebera em seu celular:

 

[Insha'Allah].

 

Está feito - pensou. E assim, como das outras vezes, passadas e futuras, após separar a pasta contendo todos os dados sobre a vida de Sameera Fadwa e todos os documentos em nome de Azzam Faris, incluindo o celular, arremessou-os dentro de um pequeno barril de aço onde chamas de querosene ardiam.

 




 

 


Agosto/Setembro de 2012

 

sábado, 15 de setembro de 2012

Indelével

Cansa-me esta vida que não passa;
O trocar das máscaras de todos os dias;
O sorriso que não sei mais expressar;
No rosto a paisagem que se apagou;
O "bom dia" que não sei mais se será...
Será?

Há dias que saio por aí e perco-me;
Dias que não estou em mim... ainda que esteja;
Dias de profundas tristezas;
Agonias opressoras e desumanas;
Apertos no peito que nem sei de onde vêm...
Um lacrimejar pelos cantos da alma como que perdesse entes queridos;
Um lamentar-se sem fim de quem nunca tem nada e ainda sim perde tudo na tragédia...

Do alto da colina dos anseios contemplo todos os funerais que há em mim:
Sonhos, que nunca serão, enterrados na vala comum do que sou...
E encerra-se em mim o tiro letal que não matou;
A fuga desenfreada, da qual ninguém escapou;
Da criança sem sono, no escuro, seu desespero;
Os homens de preto, sérios, no enterro;
A balança alterada do Bem e do Mal;
Os selos corrompidos do Juízo Final;
O canudo lacrado escondendo um diploma;
A felicidade inerte em dezesseis anos de coma;
A ironia do sobrenome (sorte?);
A vida que talvez só me encontre na morte;
O suicida e seu próprio fracasso;
A lentidão do tempo devorando o aço;
A cicatriz antiga que encolheu e fechou;
A verdadeira ferida que nunca cicatrizou;
A lágrima que escorreu e pingou e ninguém viu;
O pássaro belo que preso ninguém mais ouviu;
A porta aberta pela qual ninguém entrou;
O noivo no altar que a noiva abandonou;
O grito que morreu assim que saiu;
O olhar de deus, que me ignorou e partiu...

Jazem em mim, adormecidas, todas as possibilidades impossíveis de serem
Às margens de erros de todas as estatísticas incompreensíveis:
Folhas secas que me caem do espirito
Como variáveis negativas sem soluções mirabolantes...
E a esperança é o cálculo que não previu os acidentes que  aconteceriam
E dolorosamente aconteceram....


Por entre lápides sem nomes e velhos ciprestes tristes
Novamente a revejo: descalça, como nunca deixara de estar,
Sobre o que sobrou da grama, outrora verde,
Do que restou da alma, outrora viva,
A moça, a mesma de outrora e de sempre,
Depondo seus lírios sobre corpos recém sepultados
E sussurrando suas preces sinceras sob a chuva:


"Um lírio para cada oportunidade que morreu;
Um lírio para cada semente que não vingou;
Um lírio para cada prece não atendida;
Um lírio para você e outro para mim;

Um lírio para cada adeus e despedida;

Amém."

E de repente invade-me uma estranha sensação de paz absoluta:

Faltará lírios no mundo...
Além!

10/08/2012





terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pintura Íntima



Nasci para ser pintor,
Não poeta ou magistrado.

Certa vez, por acidente,
Colori paredes da alma
Aquarelando crepúsculos.

Desde então, todos os dias,
São fins de tardes em mim...


3-4/09/2012