Abril,
Abril...
Abre-se em mim,
Como um rasgo no peito:
Mãos, senhoras de garras,
Que me fincam as unhas à carne,
Que me abrem o peito,
Irrompem-me os ossos,
Estraçalham-me a carne,
Vasculham-me o interior
E não encontram-me em meu coração...
Abril,
Abril...
Abre-se em mim
Todas as coisas que se fecharam ao mundo:
Tanto de tudo de tantos e de todos...
E solto-me: de todos os laços e prendas
De amarras e amarantos;
De coisas e suas coisificações...
E encontro-me nu
Onde a noite se cala,
Onde o breu é mais breu
E sua negação é a afirmação de si próprio.
Abril,
Abril...
Dos sonhos que não me lembro,
Pesadelos que me recordo;
Do meu amor mais puro,
Que se enterra na morte;
Do meu sofrimento e dor,
Que se vive no renascimento;
Da mais pura verdade
Que começas na mentira;
Abril...
Abril.
Eder De Sousa Boaventura
escapadasnoturnas.blogspot.com
Escrever é uma doença que se cura com o ato!
Espero que gostem de algo em particular, e se gostarem, mesmo que não comentem, "clique em cima do título" para que fique registrado.
Mas se você gostar, conte-me!
Writing is a disease and the act itself is the cure!
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But, if you like what I write, tell me!
eder de sousa boaventura