quarta-feira, 6 de abril de 2011

Há horas em que me lembro do teu corpo suave estacionado sobre o meu...



Há horas em que me lembro do teu corpo suave estacionado sobre o meu.
Antes e depois de nos conhecermos.
Teus olhos castanhos e luminosos ainda me encaram com satisfação e seciedade.
Ainda ouço teus lábios finos e úmidos sussurrarem ao meu ouvido:
- Mais uma vez!

Nem sempre mais tenho forças para acompanhar-te.
Nem parece que temos a mesma idade: o meu coração pulsa forte e retomar o folego não é fácil.
Mas o faço.  Envelhecer é ceder.
Tu és a amazona de cabelos negros que combate o tempo ao meu favor.
Tuas mãos macias estacionam sobre a minha pele e sinto o suor frio delas.
Há paixão suficiente em nossos toques para por mais fogo no inferno.
E como não houvesse mais espaço no mundo,
Quando nos encontramos, todas as horas são nossas.

Olha-me nos olhos e desarma-me:
Eu: cavaleiro negro de todas as horas.
Eu: eloquente esnsandecido de todas as palavras.
Eu: o mudo estarrecido diante de tua beleza!
Eu: o grito de prazer que o seu prazer tem prazer em ouvir!
Eu: nada mais além de ti!

Sinto teu corpo derreter-se sobre meus espasmos:
Tua boca a procurar a minha como algo perdido
E que, quando se  encontram, sentem que se podem perder para sempre,
E tornam-se uma para a outra e não se separam.

Nossos corpos se emaranham como fios indescritivelmente inseparáveis.
Há eletricidade em nós suficiente para iluminar uma multidão:
Somos holofotes da paixão.
Escorre-se o suor sobre nossas faces enquanto entrelaçados estamos.
Tuas unhas crescidas arranham minhas costas e a dor me invade assim como eu...

Cada vez mais há em nós o desejo inefável de não nos separarmos.
O tempo cunha a nossa história: amantes eternos e além dos tempos.
Quando finda, eu te contemplo como algo que inseparavelmente é minha assim como eu
Indiscutivelmente sou teu. Teus olhos, agora saciados, assim com tu em ti mesma, contemplam-me.
E enquanto me recupero de tua visita ainda sonho com a próxima.

Ó loucura: visita-me mais vezes!