Devora-me um pavor medonho
Se sinto amores reais:
Sentir, por si só, é enfadonho
Estranho e um tanto mordaz!
Dói-me amar assim, por demais,
Um objeto de distração
Que me faz desejar, tenaz,
Calar a voz do coração.
Não mais ao amor me disponho
E suas promessas carnais:
O desejo é o que suponho
E não o ter, o que me apraz.
Cansa-me suspirar os ais
Que me esfacelam a emoção;
Devo, para encontrar paz,
Calar a voz do coração.
Amo, hoje, em pensamento ou sonho,
Para além disto nada mais...
E este amor, que à mente proponho,
É o que me basta e satisfaz.
Supor amores ideais,
Forjá-los, pois, pela razão
Não me fazem querer, voraz,
Calar a voz do coração.
Crer em mim? Não posso jamais,
Mas convém crer na ilusão
De que a mente possa, eficaz,
Calar a voz do coração.
08/06/2012
cliquei em verde, mas o poema é puramente e intensamente vermelho... beijos Vilmara
ResponderExcluirEder, sofre quem ama ou quem pensa que ama?
ResponderExcluirTá muito bem feito. Coloquei verde, mas qual é a cor da maturidade mesmo? rsrs
abs,
Sofre quem pensa que ama,com certeza
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sofre quem pensa que ama,com certeza.
ResponderExcluirDiria que é um tanto contraditório. O que seria a mente? Em minha concepção o "eu", mas segundo o verso que diz: Crer em mim? Não posso jamais,. Diria que a mente não pode calar a voz do coração se ela só crê na ilusão e o amor não é cego como todos dizem, mas sim longânimo. Quanto a métrica rsrs. Não vou concordar com algumas coisinhas. Mas, o poema tá bonitão poeta.
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