sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Balada da Balada Abalada



Devora-me um pavor medonho
Se sinto amores reais:
Sentir, por si só, é enfadonho
Estranho e um tanto mordaz!
Dói-me amar assim, por demais,
Um objeto de distração
Que me faz desejar, tenaz,
Calar a voz do coração.

Não mais ao amor me disponho
E suas promessas carnais:
O desejo é o que suponho
E não o ter, o que me apraz.
Cansa-me suspirar os ais
Que me esfacelam a emoção;
Devo, para encontrar paz,
Calar a voz do coração.

Amo, hoje, em pensamento ou sonho,
Para além disto nada mais...
E este amor, que à mente proponho,
É o que me basta e satisfaz.
Supor amores ideais,
Forjá-los, pois, pela razão
Não me fazem querer, voraz,
Calar a voz do coração.

Crer em mim? Não posso jamais,
Mas convém crer na ilusão
De que a mente possa, eficaz,
Calar a voz do coração. 


08/06/2012

6 comentários:

  1. cliquei em verde, mas o poema é puramente e intensamente vermelho... beijos Vilmara

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  2. Eder, sofre quem ama ou quem pensa que ama?

    Tá muito bem feito. Coloquei verde, mas qual é a cor da maturidade mesmo? rsrs

    abs,

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    Respostas
    1. Sofre quem pensa que ama,com certeza

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  4. sofre quem pensa que ama,com certeza.

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  5. Diria que é um tanto contraditório. O que seria a mente? Em minha concepção o "eu", mas segundo o verso que diz: Crer em mim? Não posso jamais,. Diria que a mente não pode calar a voz do coração se ela só crê na ilusão e o amor não é cego como todos dizem, mas sim longânimo. Quanto a métrica rsrs. Não vou concordar com algumas coisinhas. Mas, o poema tá bonitão poeta.

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