quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Necessidade De Extravasar!

Eu, não aceito a poesia atual.

Poesia é uma forma de expressão que a modernidade mata a cada dia; uma forma linda e admirável, no entanto enferma, que após a semana de 22 e todos os avanços tecnológicos tiveram como iniciativa sua morte decretada a sine die e eminente.

O verso com sentido único, sua sequência inevitável, sua métrica dedicada e impecável, como os parnasianos a tentaram resgatar... tudo isso posto, foi ao fim inevitavelmente e adiante, perante as tecnologias e não têm sobrevivido. E não vão!

Logo , assim será a literatura em si, seus livros e seus ídolos.

A necessidade humana de absorver as coisas mais rápidas, se possível sempre mastigadas; a necessidade de urgência do tempo, do nosso tempo, a tv, o game, as baladas, tudo isso somado, mataram o prazer pela leitura de algo mais elaborado e cifrado.

Escrever como antigamente se tornou obsoleto, estudar os antigos: massada.

A música atual, filha ilegitima da poesia de antigamente, rima morro com cachorro e sem pedir socorro chega até onde pretende apenas pelo fato de ser o que se é.

Sinceramente, sou absolutamente contra os modernos que entraram na casa da poesia e fizeram a bagunça que hoje vemos:

Vou até sua casa.
Mudo as regras que você acha conveniente.
E imponho como fato a necessidade de absorção das coisas pelo fato de não termos mais tempo para outras coisas que necessitam de maiores atenção.
Mostro a você que tudo estava errado ou era antigo e obsoleto e você pela pressa crê!

Eu sou contra. Definitivamente contra.

Acredito que como a história nos mostra, sempre iremos rebuscar no passado o que perdemos; e daí em diante um novo rumo será seguido e tomado para o concerto.

Se não for pedir demais olhemos o passado e vejamos os grandes. Os realmente grandes: Homero, Tovadores,  Dante, Shakespeare, Camões, Goethe e Pessoa...

Por mais que outros criassem, de uma forma ou de outra eles os copiaram, embora quisessem ser diferentes deles.
O tratado de versificação de Olavo Bilac, ainda que único, apresenta falhas, e eu gosto dele! Realmente gosto dele, mas apresenta falhas.

Todo vate tende a querer ser diferente ou superior a geração anterior. Ser  diferente não é querer ser demais, mas digo diferente como inovador.

Mostre-me, simplesmente algum dentre estes que citei, e não o conseguirão. Mostre-me um poeta, vate, bardo, etc... diferente destes e te mostrarei um novo caminho.

Infelizmente os modernos não fizeram, não fazem e não farão nada que os coloque no Paternon.

Nenhuma mudança significativa foi feita desde Pessoa.

Fato.


Os atuais são e serão todos crianças brincando com o conjunto de quìmica que ganharam dos pais, mas nunca serão quimicos de verdade.


Eu não gosto dos modernos!

Digo isso às 16:39 do dia 21/09/2011... que fique para a posteridade!"

5 comentários:

  1. Olá Eder.

    Muito oportuna sua crítica no texto. Parabéns!
    Há que se ter qualidade, ou humildade para buscar atingir a qualidade. Só assim evoluímos.
    Minha formação educacional foi falha, por isso minhas poesias fogem das "regras" básicas e apresentam erros grosseiros ao poeta que as lê.
    Seu elogio foi um presente para mim.

    Grata.

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  2. Ei!! Quanta raiva destilada contra os modernos! Não entrarei no mérito que você propõe, minha formação não é em letras ou literatura, não consigo registrar mudanças significativas após Pessoa porque não consigo identificar o que é significativo ou não antes ou após o Pessoa.
    Sinto, escrevo, vivo a poesia de outra forma.
    De forma mais moderna, sem dúvida, no sentido em que você (corretamente) usa do termo "moderno". Mais moderna porque mais livre, mas não moderna no sentido de se opor à tradição.
    Acho fantástico quando se consegue unir forma e conteúdo.
    Mas acho lamentável a forma sobrepujar o conteúdo estético. A forma não garante a poesia. A forma não é a poesia. Ou melhor, não é toda a poesia. Acho que essa é a principal crítica dos modernistas.
    Vamos então, experimentando... formas, conteúdos literais, conteúdos estéticos, imagens, versos alexandrinos e sonetos... mas experimentemos também outras sonoridades, como fez Manoel Bandeira, experimentemos outros caminhos ainda não trilhados. Experimentemos!

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  3. Eder, tudo bem? Gostei do texto, mas concordo em parte. Talvez eu também falasse algo do gênero só que de forma bem menos enérgica.

    Tenho impressão de que o poema, a poesia e a arte em geral tem apanhado menos da tecnologia e da ciência do que da economia. A lógica de produção corrompe aquilo que não respeita as regras da produção. Isso é complicado. Para quem quer ser profissional e ganhar dinheiro, deve se submeter a essa lógica. Aí o problema é como manter a intensidade artística? Não sei.

    Acompanhei seus comentários no orkut. Você poderia nos ajudar num blog nascente (www.nossosestudospoeticos.blogspot.com). Tem muita afinidade com você.

    Pensamos que é o trabalho conjunto, trabalho de estudo e intercâmbio (não discussão), que formará as bases de uma produção mais intensa no presente e no futuro, uma produção que se não for na altura dos antigos, que ao menos seja bem mais alta do que se encontra atualmente.

    Se você criar algo no orkut mesmo que objetive o estudo coletivo, só chamar...

    grande abraço.

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  4. Caro anônimo, muito interessante seu comentário, mas como vou chamar se você é anônimo? Tenho um leitor ou leitora que se entitula anônimo e. se você adotar uma sigla ajuda.
    Vou ler o blog sim, no perfil tem meu e-mail, qualquer coisa escreva-me.

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  5. NossosEstudosPoeticos5 de novembro de 2011 às 13:33

    Eder,

    Agradecemos pela visita. A ideia do nosso blog é registrar os estudos que já fizemos e que estamos fazendo sobre poesia, entendendo poesia principalmente como criação. Estamos tentando organizar esses estudos em fragmentos (teoria, poético, estudo, livros, eventos, etc.).

    Nós realmente não temos o costume de registrar nossos estudos a partir de autores, e talvez essa pudesse ser a sua maior contribuição ao blog, caso você já tenha algo sobre seus poetas preferidos. São também interessantes as suas próprias ideias sobre poesia e os poemas que você escreve.

    Veja o que é melhor para você: ou postar em nosso blog ou postar em seu próprio blog, avisando-nos para que possamos fazer um link.

    Como você já deve ter percebido, a nossa intenção não é assinar os posts, pois gostaríamos de dar maior atenção ao que está sendo escrito e não a quem está escrevendo. Naturalmente daríamos os seus créditos, já que seria uma contribuição de fora.

    Mesmo não sendo tão enérgicos como você, muito menos ateus, gostaríamos de sua contribuição justamente por trazer uma perspectiva diferente. Assim os fragmentos se somam e se unem e formam algo.

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