quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Teatro do Impossível

I
  
Há um lugar onde as trevas são densas 
E as luzes da razão sequer refletem. 
Um lugar onde imagens intensas 
Fazem o que querem, não se submetem! 
Se alguém as dirige enquanto atuam 
Controle algum sobre elas ele tem. 
Cantam, dançam, interagem, flutuam... 
Desconhecem regras: nada as detem! 
Tais criaturas das sombras emergem 
E num palco fazem suas ousadias. 
Usam máscaras, roupas, camuflagens: 
Imitam pessoas do dia a dia! 
II 
Por enigmas destilam suas mensagens. 
Por seus atos confundem quem assiste. 
Mas o mais estranho nessas imagens 
É que se elas chamam ninguém resiste! 
O espectador nunca é passível 
E a sensação é fuga do real, 
Pois neste teatro do impossível 
Alguns sente-se bem, já outros... mal! 
Quando termina a apresentação 
E as luzes suavemente clareiam, 
As imagens como nevoas se vão 
Deixando sensações que nos permeiam... 
III 
Do que à noite nos acometem 
Passamos o dia tentando lembrar. 
Se as personagens a algo nos remetem 
Logo procuramos justificar: 
Uns vêem presságios, outros mensagens, 
Alguns sempre buscam algo mais... 
Mas a ciência diz que essas viagens 
São meras tempestades cerebrais! 
Não importa como se classifique, 
Pois o homem sempre vai se debruçar 
E contemplar o que o identifique 
Diante do mistério de sonhar.

14/09/2011

2 comentários:

  1. na poesia busco imagens
    nos poemas, decifro mensagens
    tudo se mistura nas folhagens
    a noite é mera paisagem
    retrato de viagem

    ResponderExcluir
  2. uma surpresa? adoro surpresas!!! rrsrsrs

    ResponderExcluir