"Ama a tua arte sobre todas as coisas e tem a coragem,
que eu não tive, de morrer de fome para não prostituir o teu talento!"
Olavo Bilac
RIO, João do O Momento literário. Rio de Janeiro: Garnier, 1904
Flerto com qualquer estilo,
Deito-me com todas lavras:
Ora vadio ou pupilo
Beijo a boca das palavras.
E elas respondem iguais
Revelando-me segredos;
Sussurram-me, musicais,
Despindo-se de seus medos.
Toco seus corpos perfeitos
E extraio sons de prazer...
Sinto pulsar em meu peito
Além do que podem ver...
E oferto-lhes meu abraço
Feito um dedicado amante:
Aqueço-as em meu regaço
Tornando-as um diamante.
Do que sobra e que me resta
Encantadas faces crio:
Aparo, lustro as arestas,
Contemplo-as e lhes sorrio.
Cada qual à luz retorna
A luz que lhe for lançada.
Mas revela-se o que a adorna
Quando bem iluminada.
Cada pedra lapidada
Com esmero e perfeição
Revela amor, pela amada,
Do seu hábil artesão.
Passam dias, neles horas...
Prontas, lanço-as para o mundo:
"-Vão meninas! -Vão embora!
Espalhem meu eu profundo!"
outono/primavera 2011
Nossa, lindo este poema! Vc produziu muito por esses dias, heim? E eu, na produtividade do sistema...
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